Mark
Hanby
Estamos
vivendo em um tempo no qual todas as nossas obras e ministérios estão sendo
provados para sua sobrevivência. Temos feito orações nobres, mas sem realmente
esperar que Deus as ouça. Mas Ele as ouve. Agora Ele está trabalhando em nós,
eliminando toda mistura das nossas vidas. O Senhor quer nos trazer a todos a um
lugar, onde somente Ele terá a preeminência em nossas vidas e ministérios. Ele
está abalando as estruturas da igreja em seu âmago, para levá-la à estaca zero.
Ele irá destruir todas as instituições de homens, até que não tenhamos mais
nada, a não ser o próprio Senhor. Que tal se parássemos de fazer tudo o que
Deus jamais pediu para fazermos? Como seria se pudéssemos ver todas as coisas,
com as quais temos nos ocupado, e perceber o que elas são de fato? Para aqueles
que são apanhados num turbilhão de atividades e afazeres religiosos, isso
certamente seria devastador para nossas carreiras e agendas pessoais. Quando
Deus nos leva à estaca zero, tudo o que queremos é Ele. Nossos esforços de
alcançar, conquistar e sermos notados se desvanecem diante da realidade de Sua
Glória. Isso é exatamente o que Deus está fazendo, Ele sabe que precisamos
retornar à estaca zero, se for para chegarmos ao ponto onde Ele poderá edificar
Sua igreja. Ele nunca precisou de nossos programas ou tradições, contudo,
cegamente temos assumido nossa caminhada adiante Dele, em nosso zelo carnal, a
fim de construirmos algo que irá nos garantir um lugar em Seu Reino.Temos
falado muito a respeito de avançar na digressão (desvio de rumo) - processo
onde Deus sistematicamente nos derruba das alturas de nosso orgulho e suposta
auto suficiência, e nos leva para o
lugar onde, novamente, podemos responder a Ele em total transparência e pureza.
Quando chegamos ao ponto em que toda nossa esperança está Nele, podemos dizer
com toda convicção: não tenho nada a perder! Deus avançará na Sua digressão de
nossa auto-suficiência até que vejamos a futilidade de nossos títulos e
graduações; até que cheguemos ao fim de nossos esforços, vigor, conhecimento
mundano, para finalmente admitir que não temos nada a perder.
Quando
não temos nada a perder, podemos fazer qualquer coisa que Ele nos chama para
fazer, sem temer a perda de amigos ou da reputação, pois já perdemos tudo.
Jesus disse: “... se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só;
mas, se morrer, produz muito fruto.” (João 12:24). Um homem morto cai direto na
terra, como um pedaço de chumbo, não há resistência ou resquício de vida nele.
Ele vai direto para baixo. Mas um homem, que não tem tanta certeza assim do que
quer, cai ao chão como uma folha cortada da árvore. Ela está, de fato, morta,
mas ela cai de modo incerto, porque ela aparenta ter um pouco de cor verde em
si. Carrega em seu exterior uma indicação de vida, mas certamente está morta,
separada do galho da árvore, quer tenha consciência disso ou não. Sempre ao
capricho de cada sopro e onda de ventos, a folha separada de seu galho flutua e
vaga por seu caminho até o chão. Mesmo após pousar na terra, ela ainda está
sujeita a cada brisa que sopra. Vejam, a folha não está muito certa se está
morta, e ela não tem um ponto de chegada ou destino bem definidos. Não estava
em seus planos morrer para si. Talvez esteja disposta a cair sobre a terra, mas
é além de aprontar-se para responder a uma nova oportunidade. Se é ou não a
oportunidade certa, esse não é o ponto. Era uma missão para morrer, mas seu
compromisso com aquela morte foi constantemente interrompido pela ambição que
lhe restava e pela memória da glória passada, que não morrerão. Diferentemente
da folha, a semente é destinada para morte, enterro e ressurreição para uma
nova vida de produtividade. A semente carrega dentro de si um desejo interno
para a morte e para a nova vida, pois naquela morte reside o potencial quase
ilimitado de reprodução, produção de frutos e cumprimento de propósito! Até que
vejamos Jesus, nunca veremos a nós mesmos da maneira que realmente somos, e não
veremos propósito na morte. Mesmo a folha solitária que se dispõe a morrer por
causa da estação, pode ressurgir da sepultura terrestre, assim que a tempestade
passa, e o Senhor envia uma rajada de
vento do Espírito Santo para ergue-la novamente. Mas a semente que viu ao
Senhor sabe que deve cair na terra para morrer. Ela deve abandonar todos os
vestígios da carne, toda a esperança de reinos terrenos de orgulho e posição.
Esta semente deve ser enterrada para que germine a nova vida. Vocês podem identificar
um quebrantamento genuíno em homens e mulheres pelo seu desejo de estarem
escondidos das vistas das pessoas. Quando Deus soberanamente nos faz retornar à
estaca zero, coisas carnais e orgulhosas, que não são de Deus, são consumidas
pelo fogo, para serem substituídas por uma humildade transparente, que nos
fazem ter medo de sermos vistos na carne. Não respondemos às coisas terrenas,
às coisas criadas por homens religiosos tão facilmente quanto outrora. Convites
para pregar não lhes deixam mais eufóricos. Vocês apenas querem se esconder em
sua nudez transparente diante de Deus. Ao invés de andar pelo velho caminho das paixões e produções terrenas, agora vocês
clamam: que as pedras caiam sobre nós... cubra nossa humanidade e deixa-nos
morrer, ao invés de, mais uma vez, expor nossa carnalidade, tentando se passar
pelo Espírito do Senhor!